Dia Internacional contra a Corrupção, este ano, em Alagoas, fica marcado pela participação do Parlamento Jovem, projeto que reúne alunos de escolas públicas
Cleyson Lemos, 17, vive na cidade de União dos Palmares – localizada a 73 km da capital. Nesta sexta-feira (7), o rapaz acordou cedo: às 4h30. Tinha viagem marcada para Maceió. Ele e outros alunos da Escola Estadual Monsenhor Clóvis Duarte de Barros participaram da solenidade comemorativa ao Dia Internacional Contra a Corrupção, iniciada às 9h, na Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Terá valido a pena?
O Dia Internacional Contra a Corrupção é uma referência à data de 9 de dezembro de 2003, quando foi assinada a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, acordo firmado pela Assembleia-Geral das Nações Unidas. Em todo o País, estavam previstos encontros para discutir o combate à corrupção, organizados pela Controladoria Geral da União (CGU).
Em Alagoas, a CGU contou com o apoio do Fórum de Combate à Corrupção (Focco/AL). Estavam reunidos representantes do Poder Público e também da sociedade civil. Os estudantes da Clóvis Duarte de Barros fazem parte do Parlamento Jovem, uma iniciativa do Instituto Silvio Vianna, que visa promover o exercício da cidadania.
O Parlamento, formado de adolescentes, foi o protagonista das palavras de cada um dos membros da mesa. A controladora geral do Estado, Rosa Maria Barros Tenório, destacou: “a participação de vocês jovens, aqui reunidos, talvez deva ser a nossa maior alegria na data de hoje”.
Após a abertura da solenidade, o professor Delson Lyra Fonseca, especialista em Direito Penal, proferiu a palestra Corrupção, um Desafio à Cidadania. Munido de simplicidade, Delson Lyra, que já foi procurador da República em Alagoas, explicou a plateia da importância do controle. “Estado e sociedade precisam estar atentos à gestão dos bens públicos. Não cabe somente à Controladoria, ao Ministério Público, é importante a participação dos cidadãos”, esclareceu.
O professor, que também foi delegado, também ensinou aos meninos do Parlamento Jovem: “A corrupção não é somente do político, do seu vizinho. As possibilidades de corrupção nos chegam a todo momento. Ser ético implica sacrifícios, mas esse deve ser um exercício diário”. O conceito também foi explorado: “corrupção é qualquer ato que frustre o interesse público. Não é só colocar dinheiro público no bolso”.
Os ouvintes ficavam atentos a cada lição, quase sempre acompanhada de uma charge. Em seguida à palestra, um debate que envolveu a professora da Ufal Valéria Correia (Serviço Social) e o fundador e presidente do Instituto Silvio Vianna, Pedro Guido. A discussão foi mediada pelo advogado Antonio Carlos Gouveia (OAB/AL).
Estiveram ainda presentes à solenidade, Cláudio Pacheco Vilhena (Controladoria Regional da União/AL); Raquel Rocha (Ufal), Ricardo Fahr (Tribunal de Contas da União/AL); Enio Andrade Pimenta (Ministério Público de Contas); e Ubirajara Ramos (Ministério Público do Estado).
Mas ainda resta uma pergunta: “terá valido a pena?”. Cleyson responde: “Valeu a pena sim. É muito interessante o que está sendo discutido. Aqui, nesse encontro, nos deparamos com as nossas limitações no assunto”. E, o jovem discute corrupção, de forma consciente, há quase um ano.
Cleyson participa do Parlamento Jovem desde o início de 2012. Entre os projetos debatidos, está o da Cidade Ideal. “Nele, definimos quais seriam as prioridades, enquanto parlamentares, para a construção de uma cidade ideal”. Mas qual a importância dessa discussão? “Passei a ter o pensamento de um futuro melhor”, conclui.
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